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terça-feira, 12 de julho de 2016

O Sono, Sua Estrutura e Monitoração

 Introdução

Os conhecimentos sobre o ciclo vigília-sono desenvolveram-se a partir da década de 30, quando Loomis e colaboradores, utilizando a eletroencefalografia, descreveram o sono como um processo unitário e passivo, composto por estágios, cada um com características próprias. Esse conceito do sono unitário perdurou até a década de 50, quando Aserink e Kleitman observaram a existência de um outro estado de sono caracterizado por ativação cortical e surtos de movimentos oculares rápidos. A partir desse estudo o sono passa a ser considerado como um processo composto por dois estados biológicos distintos. Nos anos seguintes, novas pesquisas de Dement e Kleitman verificaram que neste processo dual os dois estados de sono alternam-se ciclicamente, além de associar os sonhos com os movimentos oculares rápidos.
Atualmente, o sono não é mais considerado um fenômeno passivo, muito menos um período de repouso ao sistema muscular, órgãos viscerais, sistema nervoso, e outros. Não é possível dizer exatamente qual é a função que cumpre o sono, mas sabe-se, no entanto, que todas as funções do cérebro e do organismo em geral estão influenciadas pela alternância da vigília com o sono. O sono é estudado como um fenômeno ativo, visto que não se observa uma redução generalizada da descarga dos neurônios cerebrais, mas um aumento de forma notável das freqüências de descarga dos neurônios, chegando, inclusive, a níveis maiores do que os observados em vigília tranqüila.

2 O Sono

Segundo Martinez, o sono não é uma função do organismo, como o caso da digestão, mas um estado alterado da consciência com inúmeras funções, muitas das quais relacionadas à conservação de energia. Como definição, Carskadon e Dement escrevem que o sono é um estado comportamental reversível de desprendimento e inconsciência.
Embora não se tenha desvendado completamente o papel indispensável do sono na sobrevivência dos seres vivos, sabe-se cada vez mais sobre sua estrutura. Observando-se uma pessoa dormindo, tem-se a idéia de que o sono representa um estado único, monótono e sobretudo impenetrável. O sono era considerado assim, pois não havia método capaz de avaliar o que ocorria internamente com a pessoa dormindo. O principal instrumento para as descobertas sobre o sono foi um exame chamado polissonografia.
Graças à polissonografia, reconhece-se hoje que o sono não é um estado homogêneo, e que há dois estados distintos de sono. O sono mais surpreendente, e o último a ser descoberto, é o sono em que ocorrem movimentos rápidos dos olhos. Por suas iniciais em inglês, "rapid eye movements", este sono é chamado de REM. Apesar de ocupar apenas 20% do sono de um adulto, o sono REM é tão importante que o restante é chamado de sono NREM (Não REM).

3 A  Monitorização

A maioria dos conhecimentos acerca do sono e seus estágios veio através da polissonografia, que atua como uma espécie de "radiografia" do sono. Consiste em diversos tipos de registros, como o eletroencefalograma – EEG (ondas elétricas do cérebro),o eletro-oculograma – EOG (movimentos dos olhos), eletromiograma – EMG (tensão muscular), eletrocardiograma – ECG (ondas elétricas do coração), movimentos respiratórios e a oxigenação do sangue.
A polissonografia é realizada em laboratórios do sono por meio de equipamentos especiais, e usados por técnicos capacitados. O exame normalmente dura oito horas seguidas, e ocorre, em geral, entre as 23h e as 7h. A análise do traçado, mesmo realizada com auxílio do computador, ainda exige horas de um técnico com “olho treinado” e muita paciência. Nem todos os equipamentos de polissonografia são automatizados, e poucos possuem estagiamento automático.
Dentre todos os métodos normalmente utilizados para medição dos estágios durante o sono, os principais e mais citados na literatura médica, são: EEG, EOG e EMG.

3.1 O Eletroencefalograma – EEG

O EEG é o registro elétrico contínuo da superfície do cérebro, onde a intensidade e os padrões dessa atividade contínua são determinadas, em grande parte, pelo nível global de excitação resultante do sono, da vigília e sintomas como epilepsia. A intensidade elétrica da onda pode variar de 0 a 200 mV, e sua freqüência pode variar de 1 a 50 Hz[1]. As ondas cerebrais, normalmente, são classificadas segundo a sua freqüência, sendo nomeadas como : alfa, beta, teta e delta. Segundo Schauff, a classificação das ondas cerebrais 

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